Neste post você você será apresentado à 3 modelos 3D para testar a qualidade de suas impressões, mas antes, vamos há aquela velha história… Uma pessoa compra uma impressora 3D em uma loja online, ela chega em sua casa, faz a montagem e depois de fatiar alguns STLs no Cura ou PrusaSlicer, insere o cartão MicroSD na máquina e pronto! As impressões já saem perfeitas como num passe de mágica! Um sonho, não? Agora essa pessoa acorda e olha assustada para o despertador, e indaga: “Oh não! Já são dez horas da manhã!?”
Não é pessimismo dizer que todas as impressoras desktop no mercado demandam calibrações do próprio usuário ao serem montadas, esse é um dos principais motivos que fazem alguns desistirem da impressão 3D por se sentirem frustrados ao pensar que é apenas um periférico de computador plug and play.
É necessário ter um conhecimento mínimo para começar suas primeiras impressões. Não estou dizendo que você precisa ser um engenheiro mecatrônico ou um programador, porém é necessário conhecer quais os principais problemas que podem ocorrer durante a impressão e como resolvê-los. E isso não é um sermão, parto sempre do princípio que é melhor prevenir do que remediar. Então, no mais, vamos conhecer os STLs que “obrigatoriamente” devem ser umas de suas primeiras impressões, e como elas podem te ajudar a descobrir os parâmetros a serem ajustados.
1. Cubo XYZ
Aqui vale um conselho antes de começarmos a lista: NIVELE A MESA! No decorrer da minha experiência com impressão 3D, a maioria dos erros decorreram de três fatores: nivelamento, adesão na mesa e filamento. Você pode encontrar vários vídeos no YouTube com um método super simples usando papel sulfite, veja um que a MakerHero produziu:
O mais simples entre os testes, trata-se de um cubo de 20mm que é usado para verificar se a sua extrusora está liberando muito ou pouco filamento através da checagem das dimensões, assim você pode fazer um dos ajustes mais importantes da sua máquina: os e-steps (passos do extrusor).
O motor de extrusão é responsável por controlar a entrega de filamento, se entregar demais você terá uma peça com dimensões erradas e que vai ter mais custo da matéria-prima, se liberar de menos, você terá uma peça frágil. Além de que a falta desse ajuste aumenta o risco de entupimento e um dos fatores do famoso “tec-tec”, um barulho que indica que a extrusora não está trabalhando como deveria.
Para fazer o ajuste dos e-steps (faça uma pesquisa no YouTube para ter o passo a passo desta configuração), você precisará – se for possível – de um paquímetro para ter as dimensões exatas do cubo na primeira impressão e depois da troca de valores no menu da impressora, fazer a comparação.
O cubo deverá ter o valor mais próximo possível de 20mm de cada lado para passar no teste. Na imagem acima (Figura 1) você pode notar que há subextrusão, por conta dos gaps (“buracos”) na camada superior que possui a letra Z, isso ocorre quando há entrega abaixo do ideal de filamento.
2. Torre de Temperatura
As marcas de filamento sugerem uma faixa de temperatura para a impressão do material, e é sempre recomendável seguir recomendações do fabricante, porém você pode fazer este teste para chegar em um valor mais exato dentro dessa faixa.
O teste consiste em imprimir esta torre, começando de uma temperatura mais alta até uma mais baixa, no PLA geralmente entre 225º a 180º. Você deve verificar em qual temperatura é observável uma impressão de boa qualidade, sem falhas no overhang, barriga no bridge, detalhes finos com boa estrutura e sem a presença de strings (teias de aranha). Então ao comprar qualquer filamento você pode registrar a temperatura ideal em uma configuração personalizado para o filamento e ter mais segurança na hora da impressão.
3. 3D Benchy
Se você ainda não viu esse barquinho em algum perfil de impressão 3D, algo está muito errado, é quase uma lei universal ser a primeira impressão de todo usuário. Antes da chegada das impressoras mais modernas – Ender, Anet-A8 e similares – este simpático barquinho era o terror da comunidade. Imprimir este item numa RepRap era um grande desafio, porém hoje ele é mais fácil, por conta das melhorias que as máquinas obtiveram ao longo do tempo.
Mesmo com essa facilidade ainda é muito útil para checar dimensões de furos, pontes (bridges), overhangs e detalhes finos como escritas em baixo-relevo. Um Benchy bem feito é um certificado para imprimir perfeito – ou quase isso. Siga o guia de como conseguir bons resultado no site oficial: https://www.3dbenchy.com/dimensions/ .
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