Como usar um multímetro? Veja tipos e funções - MakerHero
Como usar um multímetro? Veja tipos e funções

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Neste post, vamos explorar como usar um multímetro, uma ferramenta essencial para quem trabalha com eletrônica e elétrica. Abordaremos os diferentes tipos de multímetros, suas funções básicas e avançadas além de dicas para utilizar o equipamento de forma segura e eficaz. 

O que é um multímetro?

Também conhecido como multiteste, o multímetro é um instrumento de teste e medição que combina diversas funções em um único dispositivo compacto. Sua principal utilidade é verificar grandezas elétricas como tensão, corrente e resistência (ohms), além de realizar testes de continuidade e, em alguns casos, até medir temperatura ou frequências.

O que é um multímetro?

Existem dois tipos principais de multímetros: analógicos e digitais. O multímetro analógico utiliza um ponteiro móvel para indicar os valores medidos, sendo ideal para quem precisa acompanhar variações de forma contínua. Já o multímetro digital, que é o mais utilizado atualmente, exibe os valores em uma tela de fácil leitura, proporcionando maior precisão e praticidade.

Tipos de multímetros

Os multímetros se dividem em dois tipos principais: analógicos e digitais. Cada um possui características únicas que se adequam a diferentes necessidades e níveis de experiência.

Multímetro analógico

O multímetro analógico, como o Multímetro Analógico Hikari HM-202A+, é o modelo mais tradicional e utiliza um ponteiro móvel sobre uma escala graduada para indicar os valores medidos. Apesar de menos comum atualmente, ele ainda é valorizado em situações onde é importante observar variações contínuas, como flutuações em corrente elétrica.

Multímetro analógico

Entre suas vantagens estão:

  • Sensibilidade para capturar pequenas mudanças nos valores medidos.
  • Ideal para análises visuais de tendências e oscilações.

Por outro lado, a leitura dos valores requer atenção e prática, já que o usuário precisa interpretar os números na escala. Além disso, é mais suscetível a erros de paralaxe (quando o ponteiro é observado em um ângulo inadequado).

Multímetro digital

O multímetro digital é o mais usado atualmente devido à sua praticidade e precisão. Ele exibe os resultados em uma tela, geralmente LCD, o que torna a leitura clara e direta. 

Além disso, muitos modelos digitais incluem funções adicionais, como testes de continuidade com sinal sonoro, medições automáticas de escala e capacidade de medir frequências, capacitâncias e até temperatura.

Multímetro digital

Principais vantagens:

  • Facilidade de leitura, com valores exibidos diretamente na tela.
  • Precisão superior em comparação ao analógico.
  • Recursos avançados que tornam o uso mais versátil.

Alguns exemplos estão listados abaixo:

Alguns multímetros digitais possuem a função True RMS, que mede com precisão a verdadeira potência de um sinal de corrente alternada (AC), mesmo quando a forma de onda não é puramente senoidal. Modelos True RMS estão listados abaixo.

Além disso, existe também o multímetro inteligente, que é um modelo mais moderno de multímetro digital que ajusta automaticamente as configurações, sem a necessidade de usar um seletor.

O multímetro digital é indicado tanto para iniciantes, por ser mais intuitivo, como também pode ser utilizado como profissional ou multímetro automotivo, graças à variedade de funções que ele pode oferecer.

Funções básicas do multímetro

As funções básicas presentes na maioria dos modelos permitem verificar grandezas e realizar testes para o diagnóstico de circuitos. Confira abaixo as principais:

Medição de tensão

O multímetro pode medir a tensão elétrica, que é a diferença de potencial entre dois pontos.

  • Tensão contínua (DC): Indicada pelo símbolo “V⎓”, é utilizada para medir baterias e circuitos de baixa tensão, como eletrônicos.
  • Tensão alternada (AC): Representada por “V~”, mede tensões em tomadas ou sistemas de energia elétrica residencial.

Como medir tensão utilizando o multímetro:

Medição de tensão

  • Conecte as pontas de prova nos terminais do multímetro (vermelha no terminal positivo e preta no negativo).
  • Ajuste a escala de tensão apropriada (se o multímetro não for automático).
  • Encoste as pontas nos terminais ou nos pontos do circuito que deseja medir.

Medição de corrente

A corrente elétrica, medida em amperes (A), é a quantidade de carga que circula em um circuito. Essa função é útil para verificar o consumo de dispositivos ou a funcionalidade de fontes de alimentação.

Corrente Contínua (DC) e Corrente Alternada (AC) também podem ser medidas, dependendo do tipo de circuito.

Como medir corrente usando o multímetro:

Medição de corrente

  • Alterne a ponta de prova vermelha para o terminal de medição de corrente, se necessário.
  • Ajuste o multímetro para a função de corrente e escolha a escala adequada.
  • Sempre conecte o multímetro em série com o circuito, interrompendo-o para que a corrente passe pelo aparelho.

Medição de resistência

A resistência elétrica, medida em ohms (Ω), é essencial para verificar a condição de componentes como resistores, fios e trilhas de circuito. É útil para identificar se há falhas ou interrupções no circuito.

Como medir resistência utilizando o multímetro:

Medição de resistência

  • Ajuste o multímetro para a escala de resistência (Ω).
  • Certifique-se de que o circuito está desenergizado antes de realizar a medição.
  • Encoste as pontas de prova nos terminais do componente ou circuito que deseja testar.

Teste de continuidade

O teste de continuidade do multímetro é usado para verificar se há conexão elétrica entre dois pontos, ideal para identificar fios rompidos ou conexões incorretas. Muitos modelos emitem um som (bip) quando detectam continuidade, tornando a análise mais prática.

Para utilizar um multímetro com teste de continuidade:

 

  • Ajuste o multímetro para a função de continuidade (geralmente simbolizada por um diodo ou onda sonora).
  • Encoste as pontas de prova nos dois pontos que deseja testar. Se houver continuidade, o som será emitido.

Teste de diodos

Os diodos são componentes semicondutores que permitem a passagem de corrente em uma única direção. O teste verifica se eles estão funcionando corretamente.

Como testar diodos utilizando o multímetro:

Teste de diodos

  • Ajuste o multímetro para a função de teste de diodos.
  • Encoste as pontas nos terminais do diodo. O multímetro mostrará a queda de tensão no componente.

Teste de transistores

Os transistores são componentes semicondutores usados para amplificação ou comutação em circuitos. Alguns modelos digitais possuem uma função específica para testá-los.

Como testar transistores utilizando o multímetro:

Teste de transistores

  • Localize a função de teste de transistores no multímetro (geralmente identificada como “hFE”).
  • Insira as pernas do transistor nos terminais apropriados do multímetro (base, coletor e emissor).
  • O multímetro exibirá o ganho de corrente do transistor (hFE), indicando se ele está funcional.

Medição de temperatura

Alguns modelos digitais possuem a função de medição de temperatura, utilizando uma sonda tipo termopar para medir a temperatura de objetos ou componentes.

Como medir a temperatura utilizando o multímetro:

Medição de temperatura

  • Localize a função de medição de temperatura no multímetro (geralmente identificada por um símbolo de termômetro ou “°C/°F”).
  • Conecte a sonda de temperatura ao multímetro, no terminal correspondente.
  • Posicione a sonda no ponto onde deseja medir a temperatura, e o multímetro exibirá o valor em graus Celsius ou Fahrenheit, dependendo da configuração.

Medição de frequência

A medição de frequência permite testar circuitos que geram sinais alternados ou oscilatórios, como osciladores ou sinais de áudio.

Como medir a frequência utilizando o multímetro:

Medição de frequência

  • Localize a função de medição de frequência no multímetro (geralmente indicada por “Hz”).
  • Conecte as pontas de prova nos pontos do circuito onde deseja medir a frequência do sinal.
  • O multímetro exibirá a frequência do sinal em hertz (Hz), indicando a quantidade de ciclos por segundo.

Medição de capacitância

A medição de capacitância é usada para verificar a capacidade de um capacitor em armazenar carga elétrica.

Como medir a capacitância utilizando o multímetro:

Medição de capacitância

  • Localize a função de medição de capacitância no multímetro (geralmente identificada por “Cap” ou “F” para farad).
  • Conecte as pontas de prova nos terminais do capacitor, observando a polaridade se necessário.
  • Exibirá o valor da capacitância em farads (F), microfarads (µF) ou nanofarads (nF), indicando a capacidade de armazenamento do capacitor.

Como configurar o multímetro

Configurar corretamente é o primeiro passo para obter medições e evitar danos ao aparelho ou ao circuito testado. Abaixo, você encontra um guia prático para realizar a configuração:

Primeiro, faça a conexão das pontas de prova no multímetro da seguinte forma:

  • Ponteira preta: Conecte sempre ao terminal COM (comum).
  • Ponteira vermelha: Insira no terminal correspondente à medição desejada:
    • “VΩ” ou “V” para medir tensão ou resistência.
    • “A” ou “20A” para medir correntes altas (acima de 200mA, se aplicável).

Como configurar o multímetro

No seletor rotativo do multímetro (ou menu, em modelos avançados), ajuste para a grandeza elétrica que será medida:

  • V (tensão): Para tensão, selecione DC (⎓) ou AC (~), dependendo do circuito.
  • A (corrente): Escolha DC (⎓) ou AC (~), conforme necessário.
  • Ω (Ohms): Para medições de resistência elétrica.
  • Símbolo de continuidade (geralmente um diodo ou onda sonora): Para testes de continuidade.

Como configurar o multímetro

Se o multímetro não for do tipo automático (auto-range), ajuste a escala manualmente para um valor maior que o esperado na medição:

  • Por exemplo, ao medir 12V, ajuste para uma escala de 60V (ou superior).
  • Sempre comece com escalas mais altas para evitar sobrecarga e ajuste para escalas menores, se necessário.

Teste de continuidade

Por fim, conecte as pontas de prova da seguinte forma no circuito:

  • Tensão (V): Conecte as pontas em paralelo ao circuito ou componente.

exemplo

  • Corrente (A): Conecte as pontas em série, interrompendo o circuito para que a corrente passe pelo multímetro.

exemplo

Ponta de prova para multímetro

A maioria dos modelos já vem acompanhada de um par de pontas padrão, geralmente compostas por cabos flexíveis com terminais pontiagudos que facilitam o contato com os pontos de medição em circuitos e componentes.

Apesar disso, é possível adquirir pontas de prova alternativas para atender a diferentes necessidades específicas. Entre as opções mais comuns estão:

  • Garras tipo jacaré: Ideais para fixar em terminais ou cabos, permitindo medições sem a necessidade de segurar as pontas
  • Conectores tipo banana: Usados em situações onde é necessário maior estabilidade na conexão com equipamentos de bancada.
  • Pontos de teste finos ou reforçados: Para acesso a componentes pequenos ou locais de difícil alcance.

Alguns exemplos de ponta de prova para multímetro estão listadas abaixo:

Cuidados e segurança no uso do multímetro

Antes de adquirir um equipamento, é fundamental considerar as normas de segurança. Modelos confiáveis como multímetro Minipa, Fluke e Hikari são projetados com recursos de proteção avançados. Confira as principais práticas de segurança e cuidados ao utilizar esse equipamento:

  • Verifique o estado do equipamento: Antes de usar inspecione as pontas de prova para garantir que não estejam desgastadas ou danificadas. Verifique se a carcaça do multímetro está intacta e sem rachaduras. Certifique-se de que a bateria está carregada, especialmente em modelos digitais, para evitar leituras erradas.
  • Use o multímetro para a finalidade correta: Confira se o modelo é adequado para o tipo de medição (DC, AC, alta tensão, corrente contínua, etc.). Evite utilizá-lo em medições que excedam os limites especificados no manual do fabricante.
  • Atenção ao configurar o multímetro: Ajuste o seletor para a função correta antes de iniciar a medição. Sempre selecione uma escala mais alta que o valor esperado (se o multímetro não for automático). 
  • Cuidado com tensão e corrente altas: Use equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas e óculos, ao trabalhar com alta tensão. Certifique-se de que as mãos estão secas e evite usar o equipamento em ambientes úmidos. Ao medir corrente, nunca conecte o equipamento diretamente em uma fonte de energia; sempre interrompa o circuito.
  • Posicionamento das pontas de prova: Certifique-se de que as pontas estão firmemente conectadas nos terminais do multímetro. Evite cruzar as pontas de prova para prevenir curtos-circuitos.
  • Proteção contra sobrecarga: Certifique-se de que o equipamento possui fusíveis de proteção e substitua-os quando necessário, seguindo as especificações do fabricante. Em medições de alta corrente, prefira modelos com terminais dedicados e suporte para cargas maiores.
  • Siga as normas de segurança: Respeite as normas técnicas para medições elétricas, como a NR-10 no Brasil, que orienta sobre segurança em instalações elétricas. Utilize apenas multímetros certificados por órgãos reguladores para garantir a qualidade e a proteção do equipamento.
  • Evite medições em circuitos desconhecidos: Se você não souber as características do circuito ou equipamento a ser medido, consulte um profissional capacitado. Inicie as medições na escala mais alta disponível para reduzir riscos.

Erros comuns ao usar um multímetro

Apesar de ser uma ferramenta versátil e relativamente simples de operar, o uso inadequado pode levar a medições incorretas, danos ao equipamento ou até mesmo acidentes. Abaixo, listamos os erros mais frequentes e como evitá-los:

  • Configurar o multímetro na função errada: Ajustar o seletor para a medição de corrente (A) ao tentar medir tensão (V) ou resistência (Ω).
    • Consequência: Pode queimar os fusíveis internos ou até danificar o equipamento.
    • Como evitar: Sempre verifique a posição do seletor antes de realizar qualquer medição.
  • Escolher a escala errada: Selecionar uma escala menor que o valor a ser medido em modelos manuais.
    • Consequência: Pode resultar em sobrecarga do aparelho ou leituras erradas.
    • Como evitar: Se não souber o valor aproximado, inicie pela escala mais alta e vá reduzindo até obter uma leitura precisa.
  • Medir resistência em circuitos energizados: Testar a resistência (Ω) enquanto o circuito está ligado.
    • Consequência: Pode causar danos ao equipamento e gerar medições incorretas.
    • Como evitar: Certifique-se de que o circuito está completamente desenergizado antes de medir resistência.
  • Manusear as pontas de prova incorretamente: Encostar as pontas de prova entre si ou em pontos errados do circuito.
    • Consequência: Pode causar curtos-circuitos ou resultados errados.
    • Como evitar: Segure as pontas pelos cabos e use apenas as extremidades para realizar a medição.
  • Usar um multímetro inadequado para alta tensão ou corrente: Medir tensões ou correntes superiores à capacidade do multímetro.
    • Consequência: Danos permanentes ao aparelho ou risco de choque elétrico.
    • Como evitar: Consulte as especificações do modelo e utilize equipamentos adequados para altas potências.
  • Desconsiderar a polaridade ao medir DC: Conectar as pontas de prova ao contrário ao medir corrente contínua (DC).
    • Consequência: Ainda exibirá o valor, mas com sinal invertido (no caso de digitais) ou nenhuma leitura (em analógicos).
    • Como evitar: Conecte a ponta vermelha ao terminal positivo e a preta ao negativo.

Como escolher o modelo ideal de multímetro?

Escolher o modelo ideal depende do tipo de aplicação, funcionalidades desejadas e do orçamento disponível. Os modelos analógicos são mais tradicionais e indicados para quem precisa observar variações contínuas nas medições, enquanto os modelos digitais são mais precisos, práticos e versáteis, sendo os mais utilizados atualmente.

As funcionalidades também são um fator importante. Para uso básico, é importante que o multímetro ofereça medições de tensão, corrente e resistência. Já para aplicações mais avançadas, modelos com recursos adicionais, como medição de frequência, temperatura, capacitância e a tecnologia True RMS, são indispensáveis para garantir precisão em formas de onda complexas ou medições específicas.

O preço do multímetro pode variar conforme as características do equipamento. Modelos simples, ideais para uso doméstico, geralmente possuem valores acessíveis. Já os modelos profissionais, com maior robustez e funcionalidades avançadas, têm um custo mais elevado, mas oferecem maior durabilidade e precisão.


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